No domingo quando você for até a urna votar, pense bem. Pense em Olympe de Gouges que foi guilhotinada por querer que mulheres tivessem direitos semelhantes aos homens. E pense também em todas que vieram depois dela e lutaram para que mulheres como eu e você pudessem fazer coisas que hoje parecem simples: ler, escrever, tomar pílula anticoncepcional, trabalhar, dirigir, pilotar, escolher o marido, escolher a opção sexual e, claro, viajar pelo mundo.
Às vezes não percebemos como alguns movimentos e conceitos estão distorcidos. Nesses tempos de debate acirrado, ouvi banalidades como: “Sou feminina, e não feminista” e “Feminismo é mi mi mi”. E, pasmem, de mulheres que trabalham, têm filhos e vivem suas vidas achando que tudo lhes foi dado de bandeja. Amiga, não foi!
Se hoje temos direitos iguais, trabalhamos e compramos nossas passagens é porque feministas maravilhosas um dia perceberam o óbvio: Mulheres podem fazer qualquer coisa. E por isso você precisa aprender a ser grata! Em vez de criticar um movimento que garantiu, inclusive, que você tivesse o direito de dar a sua opinião, reflita.
E, claro, agradeça por ser brasileira e ter direitos garantidos por lei, pois deixa eu te lembrar que na Arábia Saudita as mulheres só conseguiram o direito de dirigir este ano. Faz só seis anos que Malala foi ferida por defender que meninas possam estudar, no Paquistão. Por lá, no início de setembro, 14 escolas para meninas foram incendiadas. E, mesmo com leis e direitos, no Brasil, 12 mulheres são assassinadas e 135 são estupradas por dia.
Então, não caia na falácia do tal “mi mi mi” feminista. Julgue menos as mulheres como você: roupas, cabelos, corpos e parceiros. Entenda as nossas conquistas e, claro, ajude o mundo a ser um lugar mais igualitário. Cada vez que uma leitora com medo de viajar sozinha me escreve eu sinto que a minha luta feminista recomeçou. E, ainda bem, temos enfrentado preconceitos juntas e arrumado as malas!
Na minha próxima ida ao aeroporto, eu vou pensar em Olympe de Gouges, e agradecê-la por ter decidido ir para Paris no século 18 para que eu pudesse, hoje, comprar minha passagem e ser feliz. É que no meio de tudo isso – luta por salários iguais, busca por respeito e sororidade – a gente acaba esquecendo de ser grata por tudo que tem.
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Perfeito, Diana!!!
Ao ler o seu texto, homens e mulheres, com certeza, entenderão melhor este movimento que é de todos nós, independente do sexo.
Boa reflexão!!!
Parabéns!!!