Cresci com aquela marra carioca de “moro na cidade maravilhosa”, mas com o tempo aprendi que não era bem assim. Cada vez que saio do Rio de Janeiro entendo que seríamos muito melhores se não tivéssemos tantos problemas econômicos, educacionais e sociais.
Mas, se apesar do estado de calamidade pública por falta de dinheiro e do aumento da violência você desejar conhecer o Rio, seja muito bem-vindo. E uma dica extra: só os cariocas podem falar mal da cidade, cerrrrto? Aos outros cabe apreciar a natureza e afirmar que essa é, de fato, uma cidade maravilhosa.
– O Rio não é uma cidade barata, mas tem muitas opções de lazer grátis. Então, equilibre o orçamento entre os passeios caros e os baratos/ gratuitos. Na Zona Sul os preços são mais caros que nas zonas Norte e Oeste e no Centro. PS: Se você vem de São Paulo, não temos Zona Leste por aqui, ok?.
– A violência é um problema? Sim, mas ainda não estamos todos na Síria (Em alguns bairros, sim, infelizmente). É uma cidade grande onde você precisa ficar atento, não andar com objetos de valor e não visitar lugares dominados pelo tráfico de drogas. Se alugar um carro, não confie em aplicativos para dirigir pelas vias expressas (Linha Amarela, Linha Vermelha e Avenida Brasil). O que eu faço quando estou numa cidade assim? Estudo o trajeto antes de sair de casa, pergunto aos amigos e no hotel.
– O sistema de transportes não atende toda a cidade igualmente. Há somente três linhas de metrô que vão te deixar perto dos pontos turísticos (Olhe aqui o mapinha no site do metrô). Ah.. não existe linha 3 no metrô do Rio, apenas 1, 2 e 4 (sim, é bizarro desse jeito). Compre um cartão pré-pago para viajar mais rapidamente. Agora, o metrô vai até a Barra da Tijuca (linha 4), mas bem no começo no chamado Jardim Oceânico onde há bares bacanas e restaurantes. De lá você pode pegar um ônibus/ táxi/ uber/ cabify se quiser ir para outros cantos da Barra e do Recreio dos Bandeirantes, por exemplo. É bem mais prático e barato!
– Opte por uma hospedagem na Zona Sul ou no Centro para economizar com deslocamento. Os hotéis da Zona Oeste são mais novos e baratos (criados para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016) e as praias mais limpas e maiores, mas você gastará mais com transporte e perderá tempo no trânsito (ou no metrô). Prefira andar de metrô, táxis de cooperativas ou use aplicativos como Uber/ Cabify. Gosto muito do Mar Palace que fica na Praça Siqueira Campos, em Copacabana, bem perto do metrô, facilitando muito a vida. Mas há também outras opções interessantes em Ipanema, Botafogo e Flamengo.
– Reserve um dia para fazer um passeio de barco para a Ilha Grande. Com agências de turismo custa uns R$ 150 por pessoa (jan/2016), mas vale muito a pena. Você vai de ônibus até a cidade de Angra dos Reis e de lá pega o barco passa por várias praias e faz uma parada no mar para banho.
– Compre o ingresso para visitar o Corcovado, onde fica o Cristo Redentor, com antecedência. Gosto muito do trenzinho que faz o passeio pelo Parque da Tijuca (compre aqui). A outra opção é ir de van que sai do Largo do Machado ou de Copacabana (veja aqui).
– Faça o tour do Maracanã. É rápido, e o mais legal é que você pode visitar o campo, sentar no banco de reservas e marcar um gol
– Não deixe de visitar o Pão de Açúcar, que fica no bairro da Urca. Você pega o bondinho na Praia Vermelha e vai até o Morro da Urca e, por último, ao Pão de Açúcar. Custa R$ 80 e também pode ser agendado pela internet (clique aqui). Na bilheteria é melhor porque não há taxa de conveniência e há descontos para quem mora na cidade em algumas épocas do ano.
Vá cedo quando o dia estiver ensolarado ou no fim de tarde para observar o pôr do sol. Quando descer vá até a praia da Urca e beba uma cerveja na mureta em frente ao Bar Urca. O restaurante Terra Brasilis também é muito legal e tem essa vista linda da Praia Vermelha.
– Visite o Parque Lage e o Jardim Botânico no mesmo dia. Os dois ficam bem próximos na Rua Jardim Botânico no bairro com mesmo nome. O Parque Lage é gratuito, enquanto o Jardim Botânico custa R$ 15 (junho/2017) e a entrada que deve ser paga apenas em dinheiro. Se tiver com tempo, faça um piquenique no parque lage. De lá tem a trilha que segue para o Cristo Redentor, mas é bem pesada e precisa ser feita com ajuda de guia (também há relatos de roubos na trilha).
– Visite o Museu Amanhã e o Museu de Arte que ficam na Praça Mauá, no Centro do Rio. A área foi revitalizada para as Olimpíadas e está bem bonita (É onde tinha o painel Cidade Olímpica e agora tem o painel Rio eu te amo). Por lá veja as obras do Kobra no Boulevard Olímpico, entre outros artistas pintadas nos muros dos antigos galpões do porto. Vá de táxi ou Uber ou do recém-inaugurado VLT até a parada dos museus. Compre os ingressos com antecedência para fugir das filas enormes. O MAR tem um terraço uma vista bem legal e um restaurante por lá. O Museu do Amanhã é o mais badalado dos dois e, por isso, a entrada é limitada e deve ser comprada pela internet. O bilhete Único dos Museus (Museu do Amanhã + MAR) custa R$ 32 (inteira) e R$ 16 (meia), valores de junho de 2016.
– A Lapa tem vários bares e restaurantes maravilhosos e patrimônio da cidade como o Nova Capela, mas para dançar todo turista precisa ir no Rio Scenarium, que fica na Rua do Lavradio. Chegue cedo para evitar as enormes filas na porta, mas quando sair peça um uber ou um táxi de cooperativa.
– Visite as praias de Copacabana, Leblon e Ipanema, na Zona Sul; e a praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
– Conheça a Feira de Tradições Nordestinas, no bairro de São Cristóvão. O pavilhão vai te fazer viajar para o nordeste com as comidas típicas. Há pequenas lojas que vendem de tudo do nordeste, restaurantes com comida bem servida e um palco onde há shows de forró. Veja a programação antes de ir porque em dias de shows fica bem complicado.
– Se tiver tempo, visite outras cidades turísticas como Arraial do Cabo, Cabo Frio, Saquarema, Búzios, Angra dos Reis e Paraty.
[Leia também: Paraty: o que fazer, como chegar e onde se hospedar ]
– Visite o Forte de Copacabana e lanche na Confeitaria Colombo de lá. Esse é o passeio que eu levo todos os gringos/ turistas que conheço. Você tem um visual lindo da praia de Copacabana e pode ficar sentado no forte só curtindo a paisagem, além de visitar o museu para entender um pouco da história do Brasil do ponto de vista do Exército (18 do forte, lembra?). A entrada do local, administrado pelo Exército, é baratinha.
– Almoce em Santa Teresa. O bairro fica próximo ao centro da cidade, no alto, e há subidas por Botafogo, Glória e Lapa. Prefiro subir pela Lapa, pegando um táxi ou uber e seguindo pelas subidas Rua do Riachuelo, na Lapa (a mais segura pra mim). Não arrisque ir com aplicativo de celular porque há muitas favelas na região. Os bondinhos voltaram a circular pelo bairro, mas ainda não me aventurei. Sugiro ir num sábado cedo para almoçar no Bar do Mineiro.
4 comentários sobre “Dicas para conhecer o Rio de Janeiro, uma cidade nem tão maravilhosa”