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Por que eu não vou viajar em época de coronavírus? Te explico

Você planeja a viagem, faz um roteiro, compromissos e sonhos. E como um furacão chega uma epidemia de coronavírus e diz: Viajar não é mais seguro. O que fazer? Cancelar os planos tem aspectos econômicos, mas principalmente emocionais. O abraço que você não vai dar ou o beijo que você não vai receber. O sonho que você não vai realizar, o monumento que você não vai visitar porque estará fechado.

Hoje, minha decisão foi de anular uma viagem ao Brasil para ver minha família, os meus ídolos e outros compromissos profissionais. O motivo? Coronavírus. Mas você está doente, Diana? Não, mas estou em Paris, pego o metrô todos os dias e, apesar de tomar muitos cuidados – álcool gel, lavar as mãos, abrir a casa, não viajar para lugares infectados – eu temo pela saúde dos que estão no Brasil.

A França está no nível 2, enquanto escrevo esse texto. Sei que para a minha idade o vírus vai ser leve e, provavelmente, não vai ser ele a causar minha morte. Mas e os idosos da minha família? Devo deixar de lado a segurança  deles? E as milhares de pessoas com as quais eu cruzaria se fosse ao Brasil? E os meus amigos? Vou deixar de dar um beijo neles? Com o coração apertado e partido eu abdiquei de uma viagem que eu briguei muito para fazer.

Mas por quê? Porque deixar de viajar também é um ato de amor. E hoje eu aprendi isso (e resolvi escrever aqui). Aprendi que as vezes, ficar longe também tem o significado de um abraço. Como já disse a alguns leitores, eu adoraria falar para vocês que a vida continua normal, que o mundo vai ficar bem e que a epidemia não é nada.

Mas, os fatos já mostraram que não é bem assim. Se você já perdeu algum idoso que fazia parte da sua vida (avô, avó, tios, tios etc), sabe a importância de cada um deles. Uma passagem aérea para se despedir de alguém dói mais do que uma passagem aérea de férias adiada. Te garanto! É muito egoísmo dizer que um vírus não mata porque não mata o seu “grupo”. O covid-19 mata, sim.

A ideia do meu texto não é pedir que você cancele sua viagem. A decisão é de cada um e é pessoal e somos todos livres. O que eu fiz é ficar longe de quem eu amo porque não preciso aumentar o risco de contaminação.

Ainda que eu não tenha manifestado os sintomas, na França vírus está circulando. Em breve, o vírus vai circular da mesma maneira Brasil, mas já circula na França e na Itália. Enquanto não temos vacina, não conhecemos riscos e não temos ideia de como será o futuro, eu prefiro adiar meus planos de viagem.

Epidemias e viagens

Além disso, vale lembrar que seguro viagem não cobre as despesas recorrentes de epidemias. Sei que quando você tem um blog de viagem que sobrevive de ajudar as pessoas a organizar viagens, essa é uma decisão de não viajar pode parecer estranha para vocês.

Mas é uma decisão ética e prudente para mim. Já tive H1N1 em 2009 ao voltar de viagem para Santiago, no Chile, onde tudo estava normal. Todo mundo vivendo normalmente. Imagina ficar doente num país onde não falo a língua? E onde não tenho acesso ao sistema de saúde? Eu penso sempre nisso.

Hoje, sei que o coronavírus é ainda mais forte. Ainda que o mundo esteja mais bem preparado para enfrentar uma epidemia em 2020, o vírus é novo. Os médicos repetem isso a cada entrevista coletiva. Não é como a gripe, apesar de pode ser  combatido lavando a mão e usando álcool gel.

Para saber mais sobre a prevenção ao coronavírus, acesse o site do Ministério da Saúde no Brasil ou no ministério da saúde do seu país de origem. Para saber sobre restrições de viagens, acesse informações atualizadas na página de embaixadas e consulados.

Além disso, a página da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) também ajuda a entender como o mundo está tratando os viajantes vindos de áreas com casos de Coronavirus e as restrições.

Já sobre reembolsos, muitas das companhias aéreas estão com políticas flexíveis. Algumas te dão um voucher para que você possa voar futuramente se seu bilhete não for reembolsável. Os pedidos devem ser feito pelo telefone porque os sites das companhias não estão atualizados e, geralmente, a remarcação ou o reembolso são um gesto comercial – não uma obrigação.

Ou seja, fora das regras do bilhetes. Hotéis também têm sido flexíveis com as reservas – ligue, explique e converse. Para passeios, o Get Your Guide, parceiros aqui no Dianaviaja, também estão bastante flexíveis quantos ao reembolso em caso de cancelamento da viagem.

Fiquem bem e boas (e muitas) viagens em breve para nós 😉

Diana Figueiredo

* A foto do post é de uma escultura hiperrealista de Carole Feuerman que está na galeria Village Royal, em Paris, até 3 de maio. Fica na Rue Royale 25, pertinho da Igreja da Madeleine e da Place de la Concorde.

 

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