Todo verão é a mesma coisa. Vem chegando o calor e os turistas do Brasil e do mundo começam a aparecer no Rio de Janeiro. A Lapa vai ganhando um colorido diferente, os botecos se enchem de sotaques e mímicas, tem mais gente se encantando com o pôr-do-sol da Urca e a praia ganha novos admiradores. Aí vem o carnaval e os bloquinhos ficam cheios de uma figuras esquisitas empolgadas com a delícia que é andar o dia todo e beber na rua.
Depois do Carnaval a cidade costuma voltar ao normal, mas essa vocação para lidar com gringos os cariocas têm de cor. Fora algumas alminhas mais rebeldes, o Rio de Janeiro sabe lidar muito bem com seus visitantes. Nos Jogos Olímpicos, claro, medalha de ouro para quem ajudar um gringo a comprar um lanche ou a se achar na rua.
E sabe por que eu ajudo? Porque quando estou na “gringolândia” também recebo ajuda. O tempo todo e mesmo quando não peço. Simples assim. Sem fazer muito esforço, lembro de um gringo que me ajudou quando eu estava perdida numa esquina de Paris olhando um mapa. A pessoa – que já nem lembro se era um homem ou uma mulher – bateu no meu ombro, perguntou aonde eu queria ir e me ensinou o caminho.
O perdido daqui é o morador dali. O mundo dá muitas voltas e, se você quer viajar por aí, é bom aprender a conviver com as diferenças . No mais, o gringo de hoje pode virar seu amigo amanhã. E duvido que você não gostaria de ter um casa de portas abertas em Nova York, Berlim ou Budapeste.